Aliás, êita Gabi boa de dica, viu sô? As que ela nos deu em Paris (Petit Palais, por exemplo) foram matadoras, e em Londres ela nos deu a "tip" de um restaurante que fica na cripta da igreja de São Martin dos Campos (deve ser primo do nosso São José), na Trafalgar Square. O restô tem uma comida ótima, barata e ainda vimos que haviam concertos à noite, então resolvemos ir até lá na sexta para ouvir diversas peças, dentre as quais dois dos Concertos de Brandenburg, do João Tião Bach.
Filarmônica de Londres
O primeiro deles foi nada menos que a Filarmônica de Londres, na sua "casa", o The Royal Albert Hall. Foram tocadas obras de compositores russos (Schostakovich, Stravinski) a orquestra regida por um maestro russo e a solista uma violinista russa simplesmente genial, ou seja, tudo em casa. Meu finado pai sempre foi fã dos compositores russos (e da literatura), então a minha memória de música clássica tem muito a ver com esses acordes...
Os painéis acima (tem a ver com a sonoridade da sala, suponho) dão um efeito visual muito bonito.
O órgão de tubos acima é o maior que já vi, de longe. Os tubos mais graves tem quase um metro de diâmetro.
O Fantasma da Ópera
No dia seguinte o programa foi mais pop, sem abandonar o "chiquê": O Fantasma da Ópera, no Teatro de Sua Majestade, o mesmo em que esta obra estreou, em 1986. De lá pra cá, a obra esteve em cartaz, nesse teatro, sem interrupção, ATÉ HOJE, 31 anos depois! Tem outras trupes no mundo apresentando, já houve montagem em Sampa, inclusive. Mais de CENTO E QUARENTA MILHÕES de pessoas já viram esse espetáculo, em mais de 10.500 apresentações!
O teatro em si já é uma atração. Desde 1705 existem teatros nesse terreno. O atual foi erguido no fim do século XIX e, como a ação da peça se passa em um teatro antigão, nenhum cenário poderia ser mais adequado...
Tinha assistido, em 1995, a uma montagem que estava em cartaz em São Francisco, onde ela aliás está em cartaz de novo. Foi caro na época, $80 num excelente lugar, foi caro agora, £50, num lugar na última fila, dos piores do teatro. No fim conseguimos mudar para um lugar mais central, o que fez toda a diferença. O binóculo que tem para alugar em cada cadeira (£1, vc põe a moeda e ele desengata) foi bem útil...
Este lustre aí não é o que é "personagem" da peça, e sim parte do teatro.
Concerto em Saint Martin in the Fields
No dia seguinte, nada como música barroca para encerrar a parte musical da viagem. Um programa extenso até, dois dos concertos de Brandenburg, que infelizmente não incluiram o terceiro deles, meu predileto (acredito que todos os mineiros o conheçam, clique aqui pra ver) mais outros compositores do período, tocados com cravo e outros instrumentos de época.
Da mesma forma que os outros dois espetáculos, o ambiente em que o concerto se deu fez toda a diferença. A igreja anglicana, que tem serviço religioso regular e bastante ativo, tem também uma programação de música clássica intensa. Existem registros de templos cristãos naquele local desde os anos 1200, e antes era um cemitério. Fica ao lado da Trafalgar Square, praça importantíssima em Londres, e é mais antiga que a praça.
A foto mais bonita que tirei na viagem inteira é do vitrô que fica atrás do altar dessa igreja. Vejam que coisa...
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