segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Três programas musicais em Londres

Em Londres, além de todos os passeios e programas diurnos, aproveitamos para fazer três programas musicais de primeiríssima. A compra dos ingressos para as duas primeiras apresentações foi uma "luita": horas e horas na internet em sites de promoção de ingressos até achar um lugar que não fosse péssimo e que não custasse os olhos da cara. O terceiro concerto foi meio por acaso: fomos atrás de uma dica da Gabi, lá de Paris.

Aliás, êita Gabi boa de dica, viu sô? As que ela nos deu em Paris (Petit Palais, por exemplo) foram matadoras, e em Londres ela nos deu a "tip" de um restaurante que fica na cripta da igreja de São Martin dos Campos (deve ser primo do nosso São José), na Trafalgar Square. O restô tem uma comida ótima, barata e ainda vimos que haviam concertos à noite, então resolvemos ir até lá na sexta para ouvir diversas peças, dentre as quais dois dos Concertos de Brandenburg, do João Tião Bach.

Filarmônica de Londres

O primeiro deles foi nada menos que a Filarmônica de Londres, na sua "casa", o The Royal Albert Hall. Foram tocadas obras de compositores russos (Schostakovich, Stravinski) a orquestra regida por um maestro russo e a solista uma violinista russa simplesmente genial, ou seja, tudo em casa. Meu finado pai sempre foi fã dos compositores russos (e da literatura), então a minha memória de música clássica tem muito a ver com esses acordes...





Os painéis acima (tem a ver com a sonoridade da sala, suponho) dão um efeito visual muito bonito.


O órgão de tubos acima é o maior que já vi, de longe. Os tubos mais graves tem quase um metro de diâmetro.

O Fantasma da Ópera

No dia seguinte o programa foi mais pop, sem abandonar o "chiquê": O Fantasma da Ópera, no Teatro de Sua Majestade, o mesmo em que esta obra estreou, em 1986. De lá pra cá, a obra esteve em cartaz, nesse teatro, sem interrupção, ATÉ HOJE, 31 anos depois! Tem outras trupes no mundo apresentando, já houve montagem em Sampa, inclusive. Mais de CENTO E QUARENTA MILHÕES de pessoas já viram esse espetáculo, em mais de 10.500 apresentações!

O teatro em si já é uma atração. Desde 1705 existem teatros nesse terreno. O atual foi erguido no fim do século XIX e, como a ação da peça se passa em um teatro antigão, nenhum cenário poderia ser mais adequado...

Tinha assistido, em 1995, a uma montagem que estava em cartaz em São Francisco, onde ela aliás está em cartaz de novo. Foi caro na época, $80 num excelente lugar, foi caro agora, £50, num lugar na última fila, dos piores do teatro. No fim conseguimos mudar para um lugar mais central, o que fez toda a diferença. O binóculo que tem para alugar em cada cadeira (£1, vc põe a moeda e ele desengata) foi bem útil...





Este lustre aí não é o que é "personagem" da peça, e sim parte do teatro.





Concerto em Saint Martin in the Fields

No dia seguinte, nada como música barroca para encerrar a parte musical da viagem. Um programa extenso até, dois dos concertos de Brandenburg, que infelizmente não incluiram o terceiro deles, meu predileto (acredito que todos os mineiros o conheçam, clique aqui pra ver) mais outros compositores do período, tocados com cravo e outros instrumentos de época.

Da mesma forma que os outros dois espetáculos, o ambiente em que o concerto se deu fez toda a diferença. A igreja anglicana, que tem serviço religioso regular e bastante ativo, tem também uma programação de música clássica intensa. Existem registros de templos cristãos naquele local desde os anos 1200, e antes era um cemitério. Fica ao lado da Trafalgar Square, praça importantíssima em Londres, e é mais antiga que a praça.

A foto mais bonita que tirei na viagem inteira é do vitrô que fica atrás do altar dessa igreja. Vejam que coisa...


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